Vários aspectos das suas vidas se associavam à cor azul. Para começar, o fumo denso que, como serpentes, subia dos seus cigarros para o tecto da divisão da casa. Depois, vários indícios foram lentamente emergindo, como bolhas de ar num denso molho em preparação. Primo, a melodia que A. escutava na telefonia. Secundo, o mostrador do relógio de pulso que T. acabava de estrear. Tertio, a face estupefacta de D. Na manhã seguinte as autoridades punham em curso uma nova investigação.

Ataque

Caro A., caro T., que espécie de apreciadores de arte fotográfica sois vós se desconheceis o magistério de Andreas Gursky?!

E já agora (após ter completado a terceira actualização deste post), pretendeis que me mantenha como o solitário argonauta da beleza (efémera ou eterna) deste blogue azul?!


Andreas Gurski, Rhein II, 1999.

D.

p.s. - Vi esta ao vivo numa bela capela dinamarquesa. Tomem nota que a luz por vezes tarda a tornar-se visível.