... que o Robin Hood, em St. Michael’s Hill, virá a fechar em razão de insuperáveis dificuldades financeiras. Se depender da minha disponibilidade de pagamento, tal não acontecerá! Abaixo exponho quinze razões (mas poderiam ser facilmente vinte ou mesmo trinta!), que, não seguindo nenhuma ordem particular, pretendem alçar o Robin Hood ao pódio dos estabelecimentos abertos ao público na cidade de Bristol.
1. Uma parca ementa de enorme originalidade e de qualidade superior à de qualquer outro comparável pub do conhecimento do vosso escriba na maior aglomerado urbano do sudoeste inglês.
2. Clientela habitual que veste a camisola e que fuma e bebe com à-vontade e moderação nos locais apropriados para o efeito.
3. A presença regular de uma rapariga (de provável origem filipina) e que calça o mais perfeito par de converse all-stars azuis.
4. A existência de uma saída frontal e de outra traseira.
5. Uma fotografia famosa de Leonard Cohen com a justa legenda Troubadour.
6. A seleção musical e o volume a que é dada a escutar aos clientes.
7. A boa disposição dos barmen.
8. A mini-saia de ganga da rapariga de suspeita origem filipina.
9. A meia-luz que dá claridade ao espaço e que se reflecte perfeitamente nos interiores cor casca-de-ovo e no soalho de madeira de cerejeira.
10. A possibilidade de adquirir uma Vedett Extra Blond pela soma exata de três libras esterlinas.
11. A eloquente perenidade de dezasseis torneiras de metal, servindo dezasseis bebidas diferentes, entre ciders, ales e laggers.
12. A caligrafia de uma necessária advertência Mind the step inscrita no umbral exterior da ante-sala.
13. A variedade, qualidade e disposição das nozes que podem ser adquiridas pelo freguês para acompanhar a bebida da sua seleção.
14. Os insuspeitos seios da rapariga, entretanto decididamente nascida e criada algures no distante arquipélago das Filipinas.
15. A disponibilidade de energia elétrica gratuita e de uma fiável ligação à rede que permitiu a edição e publicação deste texto.
D.
