Apesar da expectativa e entusiasmo que me moviam, não cheguei sequer a meio de nenhum dos dois. Em ambos os casos, o que me levou a desistir da leitura foi a irritação com o autor, que é alguém francamente zangado com o mundo e que assume uma postura explicativa/prescriptiva sobre a realidade, o comportamento das personagens e das pessoas em geral, que é dificilmente suportável por quem não partilha a sua visão.
A este respeito vale muita a pena ver a entrevista que Jonathan Frazen deu à New Yorker o ano passado, onde o autor descreve, no meio de uma conversa muito rica e divertida com o editor da New Yorker, a sua evolução pessoal e autoral.
A evolução descrita pelo autor parece ter abrangido também a sua escrita ensaística, pelo menos a ver pelo texto extraordinário que é Farther Away. Uma peça que mistura de maneira assombrosa a descrição de uma viagem à ilha de Masafuera, a evolução do romance na cultura ocidental, a sua paixão ornitológica, a tensão entre o indivíduo e a vida em comunidade e o suicídio de David Foster Wallace. Imperdível.
D.