Só agora, à conta do mote deste blogue, reparei na peculiaridade do azul da capa do penúltimo álbum de originais dos Karate (Some Boots). Fiquei a conhecê-los através de um amigo siciliano (Marco), nos primeiros meses de 2002, pouco tempo antes do álbum ter sido lançado. Estava em Lovaina à altura e lembro-me que, na célebre discoteca de Parijisstraat, não o comprei por puro calculismo e forretice. O Giuseppe ia comprá-lo, era desnecessário, calculei então. Agora que recordo esse gesto, arrependo-me. Talvez se aquele emissário do diabo (de nacionalidade romena, segundo o raciocínio da GNR de Vila Nogueira de Azeitão) não me tivesse roubado do carro o mini-disc, e com ele todos os meus discos, que, sem calculismo nenhum, deixara estacionado na berma de uma estrada deserta na Arrábida, de modo a explorar a pé a Mata do Risco, o meu juízo fosse agora diferente.
Na sequência deste episódio, fiz o que tenho feito sempre que coisas deste jaez me sucedem: reforcei o meu calculismo. Disto talvez me venha a arrepender um dia. Talvez.
Ouçam a penúltima faixa (Corduroy).
D.
