Vários aspectos das suas vidas se associavam à cor azul. Para começar, o fumo denso que, como serpentes, subia dos seus cigarros para o tecto da divisão da casa. Depois, vários indícios foram lentamente emergindo, como bolhas de ar num denso molho em preparação. Primo, a melodia que A. escutava na telefonia. Secundo, o mostrador do relógio de pulso que T. acabava de estrear. Tertio, a face estupefacta de D. Na manhã seguinte as autoridades punham em curso uma nova investigação.

Sob o signo do azul



(Uma curta obra-prima inspirada, suspeito, numa bela cor, justamente o azul. O azul do melhor Picasso, o azul da célebre grisaille parisiense, o azul dos olhos do pintor e da jovem suiça, etcetera, etcetera.)

 D.