... que A. vingaria em Sampa como Moishe Pipik. Esta é a melhor performance que A. poderia desencantar!
A propos, caro A., não te esqueças dos meus juros sobre three thousand ducats, se fazes favor.
Uma glosa genial desta ideia (cf. Operation Shylock, pp. 274-276) é feita, de forma magistral, num episódio da última série dos Sopranos. Hesh, o amigo judeu e sócio de longa data de Tony, emprestou-lhe uma avultada soma de dólares, pois este andava numa maré de azar ao jogo. A consciência da dívida (com juros, claro!) e o modo pusilânime com que Hesh lhe vai, em meias palavras, recordando a prestação da dívida, tornam-se insuportáveis para Tony, levando-o a mandar assassinar a amante negra de Hesh. No final do episódio, a maré de azar inverte-se e, com soberba à-vontade, Tony dirigi-se à mansão de Hesh e devolve-lhe a soma em dívida (juros incluídos).
Adenda 1: Em resposta ao post de A. acima... este blogue é, acima de tudo, um diálogo com os outros autores, ao qual qualquer pessoa pode assistir. O meu post anterior parece um pouco esotérico, mas não o é (garanto); exige apenas uma pouco de tpc. Desde a semana passada que estou a ler Operation Shylock, onde a ideia do Manifesto que publicaste é, julgo, sugerida pela primeira vez (P. Roth chama-lhe Diasporism). Para quem não sabe iídiche nem conhece de cor o Mercador de Veneza, como é o meu caso, para entender a troça de Moishe Pipik e dos three thousand ducats, convém mesmo ler o livro.
Adenda 2: Já que estamos numa de abrir o jogo, o que te interessou no Manifesto e o que é que ele tem que ver com a bienal de São Paulo?
D.
