Em certo sentido, Adrien é o contraponto de Jean-Louis, de Ma Nuit Chez Maud. Este reconhece a existência de leis segundo as quais o mundo opera, mas a sua escolha é exterior e imune a toda a análise dessas leis e, por isso, supera a falibilidade de qualquer conjectura. Aquele esboça um plano, porém, o seu plano é contigente, não apenas à encenação dos factos, mas sobretudo à dança irrequieta da sua e das restantes vontades.
A escolha moral, segundo Rohmer, é aquela que não pressupõe uma avaliação dos factos em função de objectivos tenuemente predeterminados. Pelo contráro, a escolha moral é um movimento de liberdade interior que se impõe sobre o mundo exterior; uma aposta que engendra a sua própria parada.
D.