Depois de ler a biografia de John Nash, A Beautiful Mind, de Sylvia Nasar, ver o retrato acima (mesmo que sacado da internet) é comovente e gratificante a um tempo. Antes de ter lido o livro, a sorte trágica deste génio e o drama humano por ele vivido e por aqueles que lhe eram mais próximos eram-me vagamente familiares. (Infelizmente em razão da adaptação para o cinema desta mesma biografia). A posteriori, a leituraé absolutamente justificada, pois permite obter um retrato completo e detalhado deste expoente da matemática do século passado.
No que diz respeito ao conteúdo do livro propriamente dito, achei-o interessante e cativante ao ponto de conquistar as suas quase 400 páginas em cerca de duas semanas. No entanto, a sensação que ficou da sua leitura é que a sua autora não explorou na totalidade a riqueza do material biográfico, quer no seu aspecto trágico quer na plano científico.
Quanto à edição, o meu desagrado não podia ser maior. Para uma reedição em língua inglesa, a quantidade de gralhas encontradas é surpreendente! Por outro lado, se é imcompreensivel a exclusão das melhores fotografias recentes de John Nash (como, por exemplo, aquela que destaquei acima), é indesculpável a inclusão da fotografia de Russel Crowe mascarado de John Nash na capa da obra. Acreditem que vasculhei a amazon e portais concorrentes em busca de uma edição como a que destaco abaixo, mas, hélas, foi um esforço em vão. Nada me irritou mais do que imaginar Nash com as feições familiares de Crowe (um actor cujo sucesso nunca compreendi). Apesar do gaúdio pessoal de nunca ter visto mais do que breves trechos do filme, a mera presença da fotografia na capa foi suficiente para envenenar a minha imaginação até metade do livro, altura em que comecei a fixar atentamente as fotografias do Nash novo e consegui apagar a imagem do Gladiator da minha mente.
D.