Vários aspectos das suas vidas se associavam à cor azul. Para começar, o fumo denso que, como serpentes, subia dos seus cigarros para o tecto da divisão da casa. Depois, vários indícios foram lentamente emergindo, como bolhas de ar num denso molho em preparação. Primo, a melodia que A. escutava na telefonia. Secundo, o mostrador do relógio de pulso que T. acabava de estrear. Tertio, a face estupefacta de D. Na manhã seguinte as autoridades punham em curso uma nova investigação.

Do que está morto e do que está vivo

Já viste, caro D., como o homem tem uma tendência para substituir o vivo?

De uma existência na gruta a uma existência na clareira a uma existência na cidade - mais ou menos 10 milénios. Uma vida de todas as línguas do mundo, significativa e significante.

E temos ainda aqueles que procuram e sofrem da opção contrária ao cimento e ao asfalto. E nela encontram a mesma Vontade que aflige os urbanos.

Existem excepções verdadeiras, naturais, sim existem. No vale do Omo na África. E ainda aí, a choupana.

Qual  a verdade por trás da Vontade? Que princípio ativo e económico é esse por trás de tudo?


A.