Vários aspectos das suas vidas se associavam à cor azul. Para começar, o fumo denso que, como serpentes, subia dos seus cigarros para o tecto da divisão da casa. Depois, vários indícios foram lentamente emergindo, como bolhas de ar num denso molho em preparação. Primo, a melodia que A. escutava na telefonia. Secundo, o mostrador do relógio de pulso que T. acabava de estrear. Tertio, a face estupefacta de D. Na manhã seguinte as autoridades punham em curso uma nova investigação.

Lisboa

São pequenos detalhes como esta música e estas imagens que me trazem à memória, e com a ela as saudades, de Lisboa. Lisboa e o verão: um zimbro (?) sacudido pelo vento na Rua Guilherme Faria, o regresso da Arrábida ao entardecer, um lanço de degraus numa encosta perdida e ausente, o Azul entrevisto a Oriente...



D.